As bagas inca ou fisalis (physalis) são umas bagas redondas com 1 a 2 centímetros de diâmetro, douradas (os ingleses apelidam-nas de golden berries) e com pequenas sementes. São um fruto muito nutritivo e saboroso, tanto fresco como seco, e dotadas de um agradável sabor agridoce.
Apresentam um invólucro semelhante a um casulo de papel de arroz que envolve toda a baga (por isso, nos Açores são também conhecidas por capucho), de cor esverdeada no princípio e que quando seco adquire uma cor dourada tal como o fruto maduro. O seu nome científico advém também do seu aspeto, uma vez que em grego, physalis significa bexiga.
Pertencem à família das Solanáceas, das quais fazem parte dezenas de espécies semelhantes, embora nem todas comestíveis, sendo a physalis peruviana uma das mais importantes e comercializadas.
A fisalis é uma planta herbácea e arbustiva que pode atingir os dois metros de altura. Cada planta produz 2 a 4 kg de frutos.
As plantas, apesar de originárias de climas temperados tropicais, adaptam-se bem à maioria dos solos e também podem semear-se em vasos, devendo apenas evitar-se mantê-las com demasiada humidade ou em temperaturas negativas.
Propagam-se facilmente através das sementes (que encontra dentro cada baga), começando a frutificar 4 a 5 meses depois. Podem ser colhidas durante 6 a 8 meses por ano.
As bagas secas são ricas em vitamina C (cerca de 9 mg), betacaroteno, zinco, potássio, cálcio e fósforo. Contêm cerca de 6.5 g de proteínas (por 100g) e 49 g de hidratos de carbono. São ainda uma excelente fonte de fibras (aproximadamente 19g), 4% das quais solúveis, importantes para controlar o apetite e reduzir o colesterol.
São consideradas um superalimento devido também ao seu elevado teor em antioxidantes (ainda superior ao de outras bagas, como as bagas goji). Por exemplo, um artigo científico de 2005 intitulado “Antioxidant Activities of Physalis peruviana” [1], de autoria de Sue-Jing WU, Lean-Teik NG e outros, demonstra que o etanol presente nas bagas inca possui excelente atividade antioxidante. Os radicais livres têm sido considerados a causa principal de diferentes tipos de doenças, incluindo cardíacas, envelhecimento, diabetes, reumatismo, doenças do fígado, insuficiência renal e cancro. E os antioxidantes têm a capacidade de atenuar esses danos provocados pelos radicais livres nas células.
As bagas inca são originárias da América do Sul, de zonas de elevada altitude em países como o Peru, Chile, Equador e Colômbia, onde crescem em meio selvagem e durante séculos foram usadas pelo seu valor nutritivo e medicinal. Popularmente têm sido usadas para tratar malária, cancro, asma, hepatite, dermatite e reumatismo. Os frutos são ainda conhecidos pelas suas características diuréticas e laxantes.
O fruto fresco encontra-se à venda na maioria dos supermercados ainda envolvido no seu cálice, e pode consumir-se, por exemplo, simples ou em compotas. Devem conservar-se à temperatura ambiente, pois no frigorífico podem estragar-se mais facilmente.
As bagas secas permitem beneficiar de maior concentração de nutrientes (devido à menor quantidade de água por fruto), bem como ter o fruto sempre disponível e usá-lo facilmente como lanche no emprego ou na escola. Podem consumir-se como um snack, adicionar a batidos, enriquecer saladas de fruta, misturar com iogurte ou mueslis. Combinam muito bem com sobremesas de chocolate ou misturadas com pepitas de cacau. São ainda deliciosas para dar um toque exótico a bolos, biscoitos, pães, pratos de arroz ou massa.
Referências:
[1] http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/15930727
Inserido em: 2013-04-25 Última actualização: 2013-09-25
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Autores > Redatores > Cristina Rodrigues
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